Esqueci-me das queijadas…
Esta semana dei uma entrevista ao Fernando Martinho, do canal Nosso Futebol. Foi uma conversa longa e agradável, ao fim da qual ele me perguntou como eu escalaria o meu “melhor time de todos os tempos”.
Quer dizer, os jogadores que vi no passado, um passado já longo. Fui lá: Lev Yashin, Carlos Alberto Torres, Franco Baresi, Franz Beckenbauer, Nílton Santos; Gérson “Canhotinha de Ouro”, Bobby Charlton e Diego Maradona; Garrincha, Pelé e Rivellino.
Foi aí que me lembrei de um famoso episódio no romance Os Maias, de Eça de Queiroz. Ocorre em um passeio a Sintra. Um dos participantes, o Cruges, tinha recebido de sua mãe a especial recomendação de levar-lhe de volta, a Lisboa, as famosas queijadas de Sintra, especialidade da região.
Ao longo de todo o dia, o Cruges dizia a seus amigos: “Não me deixem esquecer as queijadas”.
Visitaram muitos lugares, conversaram. Ao fim do dia, lá do fundo do coche que os transportava de volta, Cruges solta um medonho urro:
“Esqueceram-me as queijadas!”
Digo isto porque, já encerrada a gravacão, de repente me ocorreu: “E o Messi?”
Foi o equivalente do Cruges esquecer as queijadas. A única desculpa (esfarrapada, reconheço) que posso dar é esta: a pergunta só valia para o “melhor time de todos os tempos… mas não em atividade”.